A destruição se concentra principalmente nas ramificações do rio Fortuninha, na região central do território, e nos braços do rio Fortuna, na parte nordeste.
O garimpo ilegal e predatório avança a cada dia na Terra Indígena Sete de Setembro, área sagrada da etnia Paiter Surui. A ‘Sete de Setembro’ ocupa uma área de 248 mil hectares e está localizada entre os municípios de Cacoal e Espigão D’Oeste, em Rondônia, e Rondolândia, no Mato Grosso. Essa região está inserida no chamado “arco do desmatamento”, onde a fronteira agrícola avança sobre terras protegidas. Segundo dados do Prodes, em 2021 o desmatamento atingiu um pico alarmante de 1.420 hectares de vegetação perdida, somando mais de 5.000 hectares desmatados desde 2008.
A controvérsia da exploração mineral em terras indígenas
Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes divulgou uma minuta de Lei Complementar resultante das reuniões da Mesa de Conciliação do Marco Temporal. Um dos pontos mais polêmicos é a possibilidade de exploração de minerais estratégicos em Terras Indígenas.
Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, alerta que, caso essa proposta seja aprovada, a destruição provocada pelo garimpo pode se tornar ainda mais comum e intensa. “O Brasil precisa superar o modelo econômico que encara a floresta apenas como um recurso a ser explorado. Precisamos de uma abordagem mais racional e sustentável”, defende Dantas.
Além dos impactos ambientais, como o assoreamento dos rios e a degradação severa da vegetação, a presença de garimpeiros representa uma grande ameaça às comunidades indígenas, expondo-as a violência, desestruturação social e impactos negativos em sua saúde e modo de vida tradicional.
Ameaças e impactos para o povo Paiter Suruí
Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, destaca que a população Paiter Suruí enfrenta conflitos territoriais e tentativas de invasão há mais de uma década, sendo pressionada pela exploração ilegal de recursos como ouro, diamantes e cassiterita. “É urgente que as autoridades tomem medidas de proteção, com ações efetivas de fiscalização e monitoramento para impedir a abertura de novas áreas de garimpo e garantir a recuperação das áreas já degradadas pela atividade ilegal, além da desintrusão dos garimpeiros”, ressalta Dantas.
O monitoramento do Greenpeace Brasil foi realizado pelo sistema Papa Alpha, que combina imagens de satélite do Planet Lab, do Glad (Global Analysis and Discovery) e de radar do RAAD (Radar for Detecting Deforestation). Além disso, imagens obtidas em campo revelam a presença de maquinários pesados, como escavadeiras, evidenciando a estrutura avançada do garimpo ilegal.
Um levantamento recente do Greenpeace Brasil revelou uma grande área devastada pela atividade garimpeira dentro da Terra Indígena Sete de Setembro, pertencente ao povo Paiter Suruí, localizada entre os estados de Rondônia e Mato Grosso. De acordo com imagens de satélite e de radar analisadas pela organização, a área afetada pelo garimpo já alcançou um acumulado de 78 hectares, o equivalente a 109 campos de futebol. A destruição se concentra principalmente nas ramificações do rio Fortuninha, na região central do território, e nos braços do rio Fortuna, na parte nordeste.
Monitoramentos anteriores demonstram que a destruição pelo garimpo tem se intensificado nos últimos anos. Em 2022, a área devastada era de 55 hectares, crescendo para 72,16 hectares em 2024 e atingindo 78 hectares em janeiro de 2025. O Greenpeace Brasil alerta para o aumento da pressão sobre o povo Paiter Suruí e a necessidade de medidas urgentes por parte das autoridades para conter essa exploração ilegal.
Por: Karina Pinheiro, para o InfoAmazonia
NOTA DA REDAÇÃO
A destruição das terras indígenas e das áreas de reservas de Rondônia ocorre desde antes mesmo da colonização. Como jornalista desde o início dos anos 1980, o editor-executivo deste www.expressaorondonia.com.br faz cobertura do tema desde 1984, editando matérias de jornalista como Montezuma Cruz e outros. A percepção é que falta vontade das autoridade em combater o problema e, algumas delas se beneficiam com o crime cometido contra os indígenas e a natureza.
Mas este veículo de comunicação não entende porque uma organização internacional se coloca contra a legalização de mineração nas terras indígenas, não da forma predatória, como ocorre desde sempre.
Mas desenvolvendo uma legislação apropriado, cercando o assunto de todas as condicionantes ambientes e fiscais, para que os donos da terra, os índios, sejam beneficiados com a riqueza e deixem de viver na miséria absoluta.
Mineração em terra indígena não pode ser tratado como dogma, como algo sacrossanto de quem não se pode nem falar.
O que não dá para compactuar é com o roubo das riquezas das terras indígenas, a destruição do meio ambiente, com alguns poucos ficando muito rico e os verdadeiros donos da riqueza vivendo na miséria.
O Brasil precisa tomar vergonha na cara e enfrentar temas como esse com a seriedade que a situação requer.
O resto, é retórica vazia…
Carlos Araújo - Ediror
0 Comentários